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Quercus apoia Ministério do Ambiente na retirada de lamas às Portas de Ródão

3/05/2018 às 00:00

A retirada de lamas e deposição temporária dos resíduos do fundo do Tejo às Portas de Ródão mereceu ontem a aprovação da associação ambientalista Quercus, tendo o seu presidente afirmado que todas as alternativas seriam mais impactantes.

Em declarações à Lusa, João Branco, presidente da direção nacional da Quercus, disse hoje que a operação de retirada e deposição temporária dos resíduos num terreno nas Portas de Ródão anunciada pelo Ministério do Ambiente "é a adequada", tendo merecido a concordância da associação "por ser uma operação que tem de ser feita, por ser temporária, e porque as lamas não têm pesticidas, nem metais pesados".

Segundo o ambientalista, "a posição inicial da Quercus era contrária a esta operação", tendo a mesma sido "esclarecida e alterada depois de o Ministério do Ambiente ter explicado que as lamas são compostas de matéria orgânica e sem elevada toxicidade, e de ter assegurado que a operação de deposição é temporária e em sacos próprios para posterior remoção para local adequado".

Segundo defendeu João Branco, "este é um assunto que tem de ser resolvido e que está a ser resolvido de forma adequada", tendo feito notar que "todas as alternativas seriam mais impactantes para as populações locais, não devido à perigosidade das lamas, mas dos cheiros dos resíduos".

Na semana passada, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, anunciou que a limpeza do fundo do rio Tejo, com a remoção de lamas, deverá iniciar-se na primeira semana de junho, assegurando que "não vão ser depositados" resíduos na bacia do rio.

Segundo o ministro, que citou resultados de uma prospeção da Agência Portuguesa do Ambiente, há cerca de 30 mil metros cúbicos de lamas depositadas no fundo do rio Tejo, no troço Vila Velha de Ródão-Belver, que têm de ser removidos devido à "elevada carga orgânica que comportam" e aos seus efeitos na oxigenação da água.

O ministro apontou a primeira semana de junho como o prazo para começar a limpeza do fundo do Tejo, depois de instalada uma bacia de retenção, "devidamente coberta por telas impermeabilizantes", e o estaleiro, num terreno situado nas Portas de Ródão, do qual o Governo tomou posse administrativa.

Hoje, a associação ambientalista Zero anunciou que interpôs uma providência cautelar contra o que considera ser uma deposição ilegal de resíduos num terreno nas Portas de Ródão, adiantando ainda que quer constituir-se assistente nos processos-crime ambientais.

Em comunicado, a Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável adianta que, no passado dia 26 de abril, deu entrada no Supremo Tribunal Administrativo uma providência cautelar que visa travar a deposição dos resíduos que vão ser removidos do fundo do Tejo num terreno inserido numa área protegida das Portas de Ródão.

Questionado sobre a posição da Zero, o dirigente da Quercus disse à Lusa que a providência cautelar "é uma medida que não faz sentido", tendo acrescentado que a mesma "apresenta fraca argumentação perante a necessidade de se retirarem as lamas".

O ministro do Ambiente, por sua vez, acusou hoje a Zero de se comportar "como algumas das empresas poluidoras do Tejo" por a associação ambientalista querer impedir a deposição de resíduos do rio num terreno em área protegida.

A Zero anunciou ontem que interpôs uma providência cautelar contra o que considera ser uma ocupação ilegal do terreno e João Pedro Matos Fernandes contrapõe que "só por estultice é que uma coisa dessas pode ser feita".

Lusa

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