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Rossio ao Sul do Tejo: Assaltos e vandalismo deixam população insegura

9/07/2019 às 00:00

A madrugada de domingo para segunda-feira voltou a ser violenta em Rossio ao Sul do Tejo.

“Rebentaram o espelho de uma carrinha, partiram uma paragem de autocarro com paralelos, na rua do Cabrito foram furando pneus dos automóveis e cortando os bancos que estavam à vista”, explicou Luís Alves, presidente da União de Freguesias de S. Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo.

Os atos de vandalismo têm vindo a suceder-se e, segundo Luís Alves, já ocorrem “há muito tempo”. “Ainda na semana passada furaram a tenda junto ao Tejo com um ferro, partiram holofotes, roubaram um banco… isto está a ficar quase incontrolável”, desabafou o autarca.

O presidente da Junta disse que as queixas são efetuadas junto da PSP e da GNR, “somos ouvidos uma quantidade de vezes, perdemos tempo e depois, passados dois ou três dias, recebemos logo o papel a dizer que a queixa é contra desconhecidos e não se achou o responsável”.

Apesar de não haver nenhum suspeito identificado pelas autoridades, Luís Alves afirmou que “se diz à boca pequena, no diz que disse, quem são as pessoas que andam por aí a roubar, que assaltam as casas… causando uma insegurança”.

O autarca fala também no descrédito que a população tem nas autoridades. “As pessoas já não creem que a sua queixa na PSP ou na GNR valha a pena, valha o esforço (…) porque ninguém é apanhado e há uma superproteção do agressor e um descomprometimento descarado sobre as vítimas e, neste momento há um sentimento de impunidade por parte de quem anda a fazer estes atos de vandalismo quase diariamente”.

Luís Alves, presidente da União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo

E o facto das pessoas não apresentarem queixas leva a que conste “nas estatísticas das autoridades que o Rossio é um sítio seguro onde não há incidentes e não é preciso um esforço de patrulhamento”. Mas, garante Luís Alves, “neste aspeto, o Rossio não é um sítio seguro. Não vale a pena estar a esconder isso”. O presidente da Junta fala de um “eixo malfadado entre as Arreciadas e o Rossio”. É o “medo de represálias” que leva a que as vítimas não apresentem queixa nas autoridades porque, afirma, “já não acreditam e, com medo, encolhem-se”.

Com estes atos de vandalismo, Luís Alves diz que “é toda a população da freguesia que perde porque o que se vai gastar para arranjar o que estragaram só esta noite, é o que não se gasta em favor da população”.

Luís Alves tem pedido às forças de segurança para “fazerem uma vigilância mais assertiva e serem mais presentes aqui na localidade” e deixa a sugestão para que as autoridades procurem junto dos recetores, pois “ estes indivíduos não ficam com as moto-roçadoras, com as moto-serras, com os eletrodomésticos... há pessoas que fazem a receção disso e eu não acredito que as autoridades não saibam”.

Luís Alves pede à população para se manter vigilante e que não tenha receio porque “podem fazer a denúncia anónima e contar com a Junta de Freguesia. Mas é importante que o façam”.

O presidente da Junta adianta ainda, com ironia, “que na questão do trânsito”, as forças de segurança “operam muito melhor”.

“Se tivéssemos um grau de exequibilidade na repressão destes incidentes como temos no trânsito... só 50% e já ficava satisfeito. Mas não temos nem 2%...”, concluiu Luís Alves.

 

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