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Central do Pego: Salários e formação garantidos em 2023 para trabalhadores despedidos da Central a carvão (C/ ÁUDIO)

30/11/2022 às 19:54

A tarde era de chuva e de frio mas nem isso afastou os trabalhadores da Central do Pego que se interrogam sobre o seu futuro. No dia 30 de novembro, cerca de 30 trabalhadores reuniram-se em frente à Câmara de Abrantes onde uma delegação subiu para reunir com o presidente Manuel Jorge Valamatos.

À entrada para a reunião, João Furtado, representante dos trabalhadores, disse ao Jornal de Abrantes que o primeiro objetivo “é garantir que, no próximo ano, irá continuar o programa de transição justa”. Explicou que “o primeiro lote de despedidos já fez um ano de transição e formação e agora este lote quer fazer também essa continuação. O que já está em formação, tem que continuar até haver propostas de emprego, que era o que estava prometido pela legislação atual”.

Contudo, os trabalhadores que se se encontram em formação, deparam-se com outro problema. É que estes trabalhadores viram a sua carreira contributiva interrompida neste processo, ou seja, não estão a fazer descontos para a Segurança Social.

O Jornal de Abrantes falou com o presidente da Câmara e Manuel Jorge Valamatos confessou que essa era uma situação da qual não tinha informação e que lhe foi comunicada na reunião. Adiantou que não é apenas essa situação, há “outra que se prende com a Segurança Social e que fica aquém das expetativas dos trabalhadores”. Esta prende-se com a contagem do tempo de serviço e, garantiu o autarca, “são matérias que eu vou ter que colocar ao Governo e aos ministérios respetivos para conseguirmos desbloquear e ultrapassar essas dificuldades”.

Para já, e foi essa a informação que Manuel Jorge Valamatos tinha para comunicar aos trabalhadores, após confirmada com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e com o secretário de Estado, é que “através do Fundo Ambiental, o Governo vai garantir que no próximo ano, em 2023, todas as pessoas que já estão em formação continuem no processo de formação e que os seus ordenados (os que recebiam na Central) vão ser mantidos. Isto abrange os que já estavam nessa situação, bem como aos cerca de 20 que vão sair agora no final do ano. Portanto, vão ser integrados em formação e vão continuar a receber os vencimentos que tinham até agora. Pelo menos, durante o ano de 2023. Desejar é que, com o tempo, que possam ser absorvidos para iniciar as suas atividades profissionais, de acordo com o caderno de encargos que a própria Endesa tem, bem como em outras empresas e outras atividades que possam surgir”.

Presente na reunião estiveram também dirigentes do SIESI - Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas. Manuel José confirmou as palavras do presidente da Câmara e referiu que “havia uma preocupação por estar a fechar o ano 2022 e não haver ainda uma informação oficial de que este programa rira continuar. É que este é um programa de transição para o emprego e, não estando ainda implantados no terreno os projetos que estão previstos, era fundamental saber o que se iria seguir. Pois a partir do dia 1 de janeiro poderíamos ter cerca de 70 pessoas cuja única solução seria o fundo de desemprego, com os seus rendimentos reduzidos a metade ou menos”.

Programa de formação é para manter e trabalhadores vão continuar a receber o salário em 2023. A garantia foi deixada pelo presidente da Câmara de Abrantes em reunião com representantes dos trabalhadores afetos à Central a Carvão do Pego. Carreira contributiva e contagem do tempo de serviço são temas que irão ser levados ao Governo.

 

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