O plano de intervenção em ondas de calor no distrito de Santarém irá ser acionado, caso a Saúde Pública aumente o nível de alerta devido às altas temperaturas esperadas até ao fim de semana, disse hoje fonte da Proteção Civil.
A presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil (CDPC), Anabela Freitas, disse à Lusa que este órgão se reuniu na tarde de quarta-feira, tendo em conta a previsão de temperaturas elevadas na região, que poderão chegar aos 45 graus centígrados.
Segundo a também presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e da Câmara de Tomar, foi decidido que as Comissões Municipais de Proteção Civil (CMPC) vão reforçar a informação sobre as medidas previstas no plano de intervenção em ondas de calor, sobretudo junto dos presidentes das juntas de freguesia, em particular daqueles que assumiram funções nas últimas autárquicas.
O plano, criado em 2015, estabelece os locais, em cada uma das freguesias do distrito, para onde deverão ser levadas pessoas com maiores fragilidades e que residam em habitações sem condições climatéricas, como idosos, bem como a preparação das unidades hospitalares (que também integram a CDPC) caso seja necessário prestar cuidados médicos, disse.
Anabela Freitas lembrou que a Saúde Pública divulgou na quarta-feira as recomendações a adotar pelas populações, face ao acionamento do alerta amarelo por onda de calor, como beber água, evitar saídas à rua nas horas de mais calor e uso de roupa leve, informação que as CMPC irão igualmente reforçar.
A autarca afirmou que a outra situação que preocupa a Proteção Civil distrital é o risco acrescido de incêndios, salientando que, desde o passado sábado, o dispositivo especial de combate a incêndios está “na sua capacidade máxima”.
Se, num incêndio, for necessário proceder a evacuações, os planos operacionais dos municípios têm identificados os locais e instituições para serem colocadas as populações, adiantou.
Acontecendo a onda de calor num momento em que se vive uma seca, Anabela Freitas afirmou que, na região, apesar do nível da água armazenada ter baixado, em parte por causa da evaporação, essa descida não foi significativa.
“Não está em causa o abastecimento de meios aéreos [para o combate a incêndios], nem para consumo humano na região”, declarou.
Segundo os dados do Sistema Nacional de Monitorização de Recursos Hídricos (SNIRH), a cota de água na albufeira de Castelo de Bode estava, no dia 27 de junho, nos 111,66 metros, valores que se têm mantido mais ou menos estabilizados desde abril deste ano, com a cota a subir cerca de 5,5 metros desde fevereiro, quando registava 106,12 metros.
A albufeira de Castelo de Bode estende-se ao longo de 60 quilómetros, atravessa os concelhos de Abrantes, Ferreira do Zêzere, Figueiró dos Vinhos, Sardoal, Sertã, Tomar e Vila de Rei (integrando assim os distritos de Santarém, Leiria e Castelo Branco), e abastece uma vasta região até Lisboa, abrangendo cerca de três milhões de consumidores.
Lusa