Mais de uma centena de crianças do 1º ciclo plantaram, na quarta-feira - Dia da Árvore, 125 medronheiros, em Cabeça das Mós, Sardoal.
A responsabilidade da ação foi da Caixa de Crédito Agrícola do Ribatejo Norte e Tramagal, do Município de Sardoal e do Agrupamento de Escolas.
O momento que juntou os mais pequenos, professores, colaboradores da Caixa de Crédito Agrícola, autarcas e membros da Proteção Civil do concelho, foi preenchido com atividades e revestiu-se de grande simbolismo.
Para além da plantação dos medronheiros, num local que foi afetado pelos incêndios em 2017, as crianças procederam à pintura de um mural coletivo onde deixaram um desenho de uma floresta viva e segura.
Arnaldo Santos, presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito Agrícola do Ribatejo Norte e Tramagal, começou por explicar à Antena Livre a escolha de Sardoal para assinalar a efeméride.
“O concelho de Sardoal é um concelho que faz parte da nossa área própria de atuação e foi um dos concelhos mais fustigados pelos incêndios florestais, não obstante os outros”, afirmou Arnaldo Santos, referindo que o segundo motivo prendeu-se pelo facto da Caixa de Crédito Agrícola ser natural desta região.
“As caixas nasceram aqui. Portanto, temos uma afetividade muito grande e houve uma ligação muito próxima com as pessoas e com os problemas delas. E estas datas, como o Dia da Árvore, são datas para nos fazerem ter alguma iniciativa e a Caixa de Crédito Agrícola pela sua génese ligada à agricultura e às artes naturalmente que se envolve”, ressaltou o responsável.
Arnaldo Santos, presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito Agrícola do Ribatejo Norte e Tramagal
Questionado sobre a envolvência das crianças, Arnaldo Santos afirmou que “é de pequenino que se troce o pepino, como diz o povo. E é a eles que devemos ensinar o que é dar valor à natureza. Neste sentido, eles pintaram uma floresta, de acordo com o seu gosto, e utilizaram as cores do Crédito Agrícola, que é o verde e o laranja. E depois, cada criança plantou uma árvore”.
O responsável, salientou o papel de responsabilidade social assumido pela Caixa de Crédito Agrícola, dando conta que “dentro das nossas escassas possibilidades tentamos estar em todas e de facto temos uma panóplia de apoios que damos ao longo do ano às nossas associações, às IPPS. Sempre que possível estamos com as instituições”.
A iniciativa, que levou os alunos e professores a plantarem as árvores, pretendeu sensibilizar a comunidade escolar para a problemática da preservação da natureza, recuperando, simultaneamente, uma área afetada pelos incêndios.
Presente na ação, Pedro Rosa, vereador na Câmara Municipal, reforçou que o objetivo “foi dar uma oportunidade às nossas crianças de vivenciarem o que é a reflorestação”.
Pedro Rosa, vereador na Câmara Municipal
“Infelizmente, se não fossem os acontecimentos do ano passado se calhar estaríamos aqui com outra postura. Iriamos estar, mas não com a consciência daquilo que aconteceu há um ano atrás,” recordou o vereador, salientando que “é importante fazermos este tipo de iniciativas que têm a ver com a cidadania e nomeadamente com a proteção do meio ambiente. E as crianças são as nossas porta-vozes para este tipo de posturas que a sociedade deve ter”.
Sobre os trabalhos de reflorestação, Pedro Rosa lembrou que há “requisitos e implicações legais” a ter em conta. “E, portanto, este terreno que está aqui em particular é um terreno que é propriedade da Câmara e as espécies replantadas são incluídas nas espécies agrícolas”.
“O medronheiro é uma espécie que pode ser reflorestada nestes moldes e, por isso, privilegiamos este tipo de reflorestação. Este também foi um dos terrenos afetados pelo incêndio e que já carecia de alguma limpeza. Estamos a falar de todo o trabalho de prevenção que temos de preparar para o verão no sentido de protegermos as nossas populações”, explicou Pedro Rosa.
Por fim, o vereador disse que a iniciativa permitiu juntar “o útil ao agradável” e fazer “uma desmatação das espécies que estavam. O medronheiro é para nós uma mais valia, e pode fazer um virar de consciência sobre o que é que as pessoas podem ter ao pé das suas casas”.
A ação contou com a colaboração dos Bombeiros Municipais de Sardoal e da Guarda Nacional Republicana.