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Sardoal: “É uma Festa feita por sardoalenses, para sardoalenses e também para quem nos visita”

21/09/2017 às 00:00

Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal, refere que o objetivo das festas do concelho é “mostrar a quem nos visita quem somos, o que de bom temos e o que de melhor fazemos”

Mais um ano, mais uma edição das Festas do Concelho. Há novidades para esta edição?

Mantem-se o formato de anos anteriores mas claro que mudam os artistas e também algumas iniciativas. Destaque para o 2º Concurso de Pintura «À Descoberta do Mestre», que este ano decidimos integrar nas Festas do Concelho e também vamos ter uma exposição sobre as «Árvores Emblemáticas do Concelho de Sardoal», como sejam o eucalipto, mas também temos muitas oliveiras milenares e o sobreiro da Dona Maria, árvore de interesse público cuja idade está estimada em duzentos anos. A exposição é um apelo para sensibilizar as pessoas para este Património a que nem sempre se dá o devido valor, de algo que tem o tempo que tem.

Que imagem se pretende passar nestes dias aos visitantes?

Mostrar a quem nos visita quem somos, o que de bom temos e o que de melhor fazemos. São quatro dias que, visto que no Sardoal ninguém é de fora, quem nos visita terá oportunidade de conhecer toda esta riqueza não só humana, mas todo o Património que nós temos, material e imaterial.

No entanto, não é só o trabalho do Município que está patente neste certame.

As nossas Festas têm a particularidade de serem feitas pelo povo, pelas associações. Todas elas desenvolvem esta dinâmica como o caso do Passeio da Chapa Amarela, desenvolvido pela Associação «Os Duros», desde as atividades desportivas pelos grupos desportivos (Comissão de Desenvolvimento Cultural e Recreativo de Venda Nova e Grupo Desportivo de Alcaravela) e o Rancho Folclórico “Os Resineiros” de Alcaravela. Também as tasquinhas são dinamizadas pelas Associações, por isso, isto é uma festa feita por sardoalenses, para sardoalenses e também para quem nos visita.

Como referiu, as Festas de Sardoal contam com o envolvimento de todas as Associações concelhias. É fácil organizarem-se e trabalharem todos em conjunto?

É uma dinâmica que se tem conseguido ao longo de muitos anos. As próprias Associações interagem entre elas e é bonito de se ver. Mesmo quando há situações em que, eventualmente, hajam coincidências, eles conseguem-nas resolver muito bem. Também, neste aspeto, os nossos dirigentes associativos são de excelência e trabalham bastante para poder ter aqui algum suplemento financeiro para aplicarem nas suas atividades durante o ano. Muitas das tasquinhas da Mostra de Sabores são animadas pelas nossas Associações, para além das outras atividades que fazem, como é o caso do desporto, do folclore, da música ou do teatro.

Samuel Úria, Miguel Araújo e Led On… No que diz respeito ao cartaz musical, não houve poupanças…

Não é bem assim, pois o orçamento das nossas Festas é idêntico ao do ano passado. Estamos a falar de um orçamento de cerca de 45 mil euros, que, muitas vezes, é o orçamento de um só dia em algumas localidades. Aqui falamos de um orçamento que inclui tudo, artistas, stands, Mostra… tudo. Não entramos em aventuras por uma razão muito simples: nós não queremos concentrar o nosso orçamento para atividades culturais e animação apenas em três ou quatro dias das festas. Como é sabido, o Sardoal tem vários momentos de dinâmica cultural, não só nestes dias. Seria simples para nós termos um orçamento de 100 mil euros mas, para isso, teríamos que abdicar de toda a dinâmica ao longo do ano, como é o caso do Teatro Nacional D. Maria II, do Festival Internacional de Piano ou do Sardoal Jazz. Não queremos que o Sardoal tenha três ou quatro dias de animação cultural e que depois, no resto do ano, seja um deserto.

O Festival Hípico é já um dos ícones das Festas de Sardoal.

Nós não imaginamos as Festas sem o Festival Hípico nem o Festival Hípico fora das Festas. Foi algo que se foi construindo há 15 anos.

As exposições que estão patentes, são escolhidas propositadamente para esta altura?

Também não imaginamos as Festas sem exposição. (risos) O facto de ser o Concurso “À Descoberta do Mestre” é importante porque trazemos concorrentes de todo o país para também participarem na nossa festa e é mais uma forma de divulgarmos o que temos. Mas, ao longo do ano, temos sempre muitas exposições sobre os mais variados temas.

Com a criação do Espaço Partilhado para as Artes e Ofícios, cresceu o número de artesãos no Concelho?

Sim, tem havido evolução e tem havido vontade. Com o nosso Espaço Partilhado para as Artes e Ofícios e também com o Curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Produção Artística para a Conservação e Restauro, vai dando alguns frutos e faz com que, na verdade, haja uma dinâmica nova também em termos de artesanato. Já o ano passado surgiram alguns artesãos que foram fruto do trabalho do Curso TeSP. Todos os trabalhos destas atividades podem ser vistos no Espaço Cá da Terra.

Na Mostra de Saberes vão estar artesãos de fora do Concelho?

Não, vamos resumir a nossa Mostra ao artesanato local. Se os locais, que têm acesso gratuito, não esgotarem a capacidade, aí abrimos a outros, mas não temos tido essa necessidade.

Em que é que as Festas do Concelho “mexem” com a economia local?

As Festas do Concelho são sempre um ponto alto, sendo certo que o ponto mais alto é a Semana Santa. Mas é um momento em que há também uma dinâmica muito grande na nossa pequena economia local. Se o tempo ajudar, esta é uma altura em que as coisas correm muito bem.

Estamos quase a chegar ao dia das Eleições Autárquicas. Como define este seu mandato?

Foi um mandato com muito empenho, de muito, muito trabalho, de muita dedicação, de muita honestidade e de muita frontalidade, que foram as únicas coisas que nós prometemos. Mas o que é certo, e que é fácil de ver, é que o Sardoal está muito diferente. Tem infraestruturas que não tinha na altura e tem uma dinâmica que não tinha. Neste momento, o Sardoal está no mapa nacional em vários aspetos e, como é o caso da música, no piano, está no mapa, pelo menos, europeu. Mas temos consciência de que há muito trabalho a fazer.

 

Patricia Seixas

Foto de Paulo Sousa

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