Nos últimos dois dias o concelho de Sardoal foi afetado por cinco incêndios florestais. O primeiro na passada quinta-feira, que atingiu maiores dimensões entre a Rosa Mana e Entrevinhas, foi o único que decorreu durante o dia, os restantes fogos aconteceram sempre durante o período noturno.
Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, fala de uma situação “atípica”, “estranha” e “anormal”.
“Foram uns tempos atípicos, porque num período de 24 horas tivemos 5 incêndios florestais. Podemos pensar tudo o que quisermos, mas de todo que não é uma situação normal. E falamos de ocorrências sobretudo no período da noite: 4 no período noturno, entre as 20h00 e as 23h00, e uma durante a tarde no dia 13 de outubro”, referiu o autarca.
Este sábado, às 11h00, realizou-se uma reunião extraordinária da Comissão Municipal de Defesa da Floresta. Miguel Borges afirmou que as principais conclusões se prendem com a continuidade de um trabalho “atento” e que a GNR continua no local num trabalho de vigilância.
Reunião da Comissão Municipal de Defesa da Floresta
“A reunião foi feita para analisarmos esta situação atípica, onde estiveram presentes os vários pilares da proteção civil e perceber o que está aqui em causa e que pode ser melhorado. Fizemos uma reflexão sobre esta situação que é de facto anormal.
A conclusão a que chegámos é que temos de continuar a trabalhar como o fizemos até aqui, estando atentos e vigilantes, sendo certo que há situações que nos fogem do controlo quando falamos de situações que não são naturais, onde não há uma ignição natural”, explicou Miguel Borges, tendo acrescentado que a “GNR faz a sua vigilância e acompanhamento como sempre tem feito (...) e não há nada que possamos fazer mais do que tem sido feito no trabalho de vigilância”.
Questionado sobre a suspeita de mão criminosa nestes incêndios, Miguel Borges disse não haver uma “suspeita efetiva” e que “não há nada que nos diga que as causas estão associadas a mão criminosa, mas nós temos a nossa forma de analisar estas coisas. Nós temos a nossa forma empírica de fazer a avaliação destas coisas quando percebemos a hora e a temperatura que está quando acontecem os incêndios”.
Por último, o autarca disse que os fogos afetaram uma pequena área de mato e floresta e que não aconteceram danos maiores devido “a uma resposta rápida e eficaz”.
“Todos os grandes fogos começam com pequenos focos, é uma evidência, então o grande desafio é a capacidade de resposta, a eficiência numa resposta rápida para que se controle a ignição”, finalizou.
Os incêndios dos últimos dias afetaram as freguesias de Sardoal, Alcaravela e Santiago de Montalegre.
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