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Misericórdia de Sardoal: Sardoal: Provedor e dirigentes da Misericórdia demitiram-se (C/ÁUDIO)

5/11/2021 às 15:49

Os membros da direção, provedor e mesa administrativa, assim como o conselho fiscal da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal pediram a demissão dos seus cargos e a instituição particular de solidariedade social vai a votos, embora ainda não se sabendo quando.

A informação foi conhecida no último fim de semana de outubro, sendo que há informação de que os demissionários terão enviado essa informação quer ao presidente da Câmara Municipal de Sardoal quer ao Bispo da Diocese de Portalegre e Castelo Branco.

A vida da instituição de solidariedade social de Sardoal não tem sido fácil nos últimos anos, uma vez que tem tido muitos problemas financeiros, tendo mesmo encerrado a valência de creche que obrigou o Município a avançar para uma solução municipal que está no segundo ano. Houve já este ano reajustamentos do quadro de pessoal, motivo que levou mesmo a “entrada em cena” do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA).

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal aprovaram uma moção, a 6 de agosto, em que exigem “junto da Mesa Administrativa da instituição o pagamento integral do seu vencimento no final de cada mês de trabalho e não em duas prestações, como tem vindo a acontecer”. No seguimento deste plenário a a representante deste sindicado disse, em declarações à agência Lusa, que “a moção resulta das preocupações, dos direitos e das necessidades de cada trabalhador em satisfazer os seus compromissos pessoais”, reclamando à instituição o “pagamento integral do ordenado ao fim do mês e não como tem vindo a ser, que é 50% no fim do mês e 50% dias mais tarde”. Segundo o sindicato esta situação acontecia, em agosto, na Misericórdia de Sardoal desde dezembro de 2020.

Agora, com o pedido de demissão dos dirigentes o presidente da Câmara Municipal de Sardoal, Miguel Borges, que é igualmente presidente da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia, disse à Antena Livre que é uma situação preocupante e que está a ser acompanhada pela autarquia. Tanto mais que, indicou, é uma das maiores empregadoras do concelho de Sardoal [tem cerca de 80 funcionários] para além dos utentes do lar e do apoio domiciliário.

Miguel Borges revelou que para além de ser uma das maiores empregadoras do concelho, tem também outras responsabilidades, nomeadamente para com a estabilidade das pessoas que lá trabalham e garantir que têm o seu rendimento. E há também a necessidade de garantir a resposta aos utentes que recebem apoio da instituição.

“Há um conjunto de pessoas que dependem desta instituição e que dependem do seu bom funcionamento”, vincou o presidente da Câmara ressalvando que a preocupação não terminou com estes pedidos de demissão ou com a convocação, em breve, de novas eleições.

“Os problemas existem, as situações financeiras existem, a Santa Casa fez um pedido ao Fundo de Emergência Social, do qual está a aguardar resposta. Se faz esse pedido e o mesmo é aprovado é porque há esta necessidade”, notou o autarca, ao mesmo tempo que adiantou que “convém resolver estas situações porque é uma instituição que necessita de estabilidade”. E acrescentou que é uma estabilidade dos dirigentes, dos funcionários, dos utentes, mas também de toda a comunidade porque a Santa Casa é uma instituição muito importante na comunidade de Sardoal e da região.

Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal

Anacleto Batista era provedor da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal desde 1989 e estava em funções até ter pedido a demissão no final do mês passado.

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