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Semana Santa de Sardoal: “Um património vastíssimo e riquíssimo” – Pedro Machado

2/04/2018 às 00:00
Foto Paulo Sousa - Fogaréus 2018

Sardoal recebeu mais uma Semana Santa que terminou este domingo de Páscoa.

Durante a Semana Santa, as Igrejas e Capelas do concelho estiveram decoradas com tapetes feitos à base de pétalas de flores e verduras naturais, com desenhos alusivos à época.

Os enfeites na vila foram efetuados nas Igrejas da Misericórdia e do Convento de Santa Maria da Caridade e nas Capelas do Espírito Santo, Nossa Senhora do Carmo, S. Sebastião, Sant’Ana, Santa Catarina e Senhor dos Remédios. Pelo quinto ano consecutivo, também as Igrejas e Capelas fora da vila ficaram adornadas com flores e verduras.

Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, esteve presente em Sardoal, na quinta-feira, e percorreu as diferentes capelas e igrejas enfeitadas. No local, disse à Antena Livre que foi possível vislumbrar “a diversidade e a riqueza patrimonial, mas muita mais do que isso, um património que está disponível para ser visitado”.

O responsável referiu que uma das “maiores ambições” da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal é “fazer que o património que existe em muitos dos nossos concelhos, possa estar disponível para ser fluído, possa ser explicado para ser visitado e possa naturalmente acrescentar conhecimento a quem visita uma terra como esta que é o caso de Sardoal. Segundo, porque vai reforçar muito o nosso posicionamento enquanto região centro, para este trabalho de estruturação no turismo religioso”.

Pedro Machado e Miguel Borges

Pedro Machado considerou que cada vez mais é necessário dar a conhecer Sardoal pela potencialidade religiosa que tem. “Normalmente pensamos em Fátima, pensamos no Caminho Português de Santiago, pensamos no turismo judaico e não temos esta perceção, de que há um património vastíssimo e riquíssimo, como hoje ficámos a conhecer nesta visita. Eu diria quase nesta expedição que foi feita pelas capelas enfeitadas pelas flores do Sardoal que nos permite, de fato, criarmos aqui um novo produto”, avançou.

“Um produto complementar, um produto turístico que vem reforçar a visitação do ano inteiro, mas que no período da Páscoa, pode fazer com que mais pessoas venham cá.  É possível obviamente juntar isto [a Semana Santa] a outras valências que o Sardoal também tem, seja no turismo ativo, seja no turismo natureza, seja naturalmente no turismo gastronómico”, acrescentou o presidente daquela entidade.

Por fim, o responsável afirmou que “hoje percebemos aqui, que é possível na Páscoa, sinalizarmos uma visita diferente ao concelho do Sardoal. Que é possível ser uma visita igualmente rica, do ponto de vista cultural expressivo, como aquela que hoje nos foi apresentada, e, isso é para nós, um valor que queremos acrescentar ao nosso turismo em Portugal”.

Os tradicionais tapetes de flores e verduras foram uma das iniciativas mais emblemáticas das Celebrações da Semana Santa e Páscoa em Sardoal, atraindo milhares de visitantes.

Por sua vez, a Procissão do Senhor da Misericórdia (ou Fogaréus), uma das mais emblemáticas manifestações religiosas da Semana Santa de Sardoal, decorreu na quinta-feira, dia 29 de março.

(Fotos Paulo Sousa)

À semelhança dos anos anteriores, a procissão realizou-se à luz das velas, archotes e candeias, com a iluminação da rede pública desligada nas principais ruas da vila, criando um ambiente místico acentuado pelas marchas fúnebres interpretadas pela Filarmónica União Sardoalense. Com organização da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, o Cortejo integrou o Sermão do Mandato, na Igreja do Convento de Santa Maria da Caridade.

Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal, salientou que a Semana Santa “é sempre um momento muito alto, um momento de grande introspecção, um momento alto da igreja católica e para todos aqueles que são os crentes e o que tudo isso representa. É também importante para os sardoalenses. Os que têm orgulho na sua terra e que têm orgulho em todo este património material e imaterial”.

O autarca considerou que “nestas nossas tradições, o importante é manter a tradição. É importante preservar, mas é claro que quando falamos, por exemplo nas capelas, há sempre elementos novos, há sempre curiosidade, por isso nunca temos duas Semanas Santas iguais”.

 “É claro que no âmbito da fé e da religiosidade, mantemos toda esta riqueza, todo este património que é de manter e de preservar, mas há sempre elementos novos como é o caso das capelas”, finalizou o presidente.

Para além das manifestações religiosas que ainda vão decorrer no concelho, vai continuar patente a exposição “Piedade – monstra te esse matrem”, no Centro Cultural, até 26 de maio. E os trabalhos do “Projeto Capela” estarão patentes até 19 de maio, no Espaço Cá da Terra.  No dia 15 de abril, acontece, às 17h30, na Igreja Matriz, o concerto de Páscoa levado a cabo pela FUS.

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