Cerca de 40 trabalhadores da Mitsubishi Fuso estiveram esta manhã à porta da fábrica no Tramagal, em protesto contra a alegada "tentativa da administração em impor-lhes um horário de trabalho que põe em causa os seus direitos fundamentais".
Esta ação, que aconteceu pela terceira sexta-feira consecutiva na empresa instalada no concelho de Abrantes, segundo um comunicado da União dos Sindicatos de Santarém (USS), teve como objetivo mostrar “o descontentamento dos trabalhadores contra a desregulamentação do horário de trabalho que está a ser imposto pela administração" da empresa.
“Em causa está o facto de a empresa pretender aplicar um novo horário de trabalho, onde os trabalhadores deveriam ficar em casa alguns dias, compensando esse tempo posteriormente”, refere o comunicado.
Segundo se pode ler no comunicado “na prática essa medida opõe-se aos horários de trabalho praticados na empresa e a concretizarem-se colocam os trabalhadores nas mãos da administração para realizarem trabalho sempre que necessário independentemente do seu direito à conciliação da vida pessoal com a vida laboral”.
Como forma de protesto os trabalhadores apresentaram-se ao serviço, “tendo sido impedidos de realizar o mesmo. Situação que na perspetiva do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) consubstancia uma ilegalidade antes de mais por impedir os trabalhadores de acederem ao seu posto de trabalho, mas também porque os horários em causa não estão regulamentados”, avança a informação.
“A Autoridade para as Condições do Trabalho já foi notificada para intervir e a GNR tomou conta do impedimento de entrada dos trabalhadores ao serviço. Nos próximos dias serão discutidas outras formas de luta”, finaliza o comunicado.
A iniciativa é do SITE/CSRA - Sindicato dos Trabalhadores das Industrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas, afeto à CGTP.
A fábrica no Tramagal contava no final de 2017 com 450 colaboradores.
Contactada pela Lusa, a administração da empresa optou por não prestar declarações.
c/Lusa
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