Portugal continental tinha no fim de maio 36% do território em seca severa ou extrema, incidindo especialmente no sul do país, adiantou ontem o ministro do Ambiente.
Citando dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Duarte Cordeiro disse que a 30 de maio 28% do território estava em seca severa e 8% em seca extrema, afetando especialmente as zonas do vale do Tejo e sul do país.
O ministro, que falava em conferência de imprensa após uma reunião da comissão de acompanhamento dos efeitos da seca, disse que no mês de maio a precipitação foi 35% abaixo do normal, e alertou para “níveis críticos” de água no solo especialmente no sul de Portugal.
As previsões, alertou, são de que se continuarão a registar temperaturas do ar acima da média.
Em relação à capacidade das albufeiras, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) citados pelo ministro, a situação é hoje melhor do que em igual período do ano passado, quando as albufeiras estavam a 65% da capacidade, em contraponto com os 79% de agora.
Exceção, disse depois, para algumas albufeiras do sul.
Quanto às águas subterrâneas do país os níveis “estão muito baixos”. E algumas zonas do país, nomeadamente no litoral alentejano e no Algarve, estão em situação crítica, “e algumas delas piores do que no ano passado”, com níveis de capacidade de água reduzidos.
“A situação do Algarve em particular é pior do que no ano passado, quer na zona do barlavento, quer na zona do sotavento”, disse Duarte Cordeiro.
A situação em Espanha em termos de reservas de água está pior do que a portuguesa, com 48% de capacidade nas albufeiras, disse ainda o ministro, garantindo que os acordos com Espanha no domínio da água estão a ser cumpridos.
A comissão de acompanhamento dos efeitos da seca reuniu-se hoje pela segunda vez este ano, juntando os ministros do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
Lusa