Alda Moedas não sabia que por detrás da madeira estaria uma grande vocação. Foi no ano de 2015 que ficou desempregada e como estar parada não fazia parte dela, dirigiu-se ao centro de emprego, onde tinham apenas uma oferta, Carpintaria e Marcenaria. Agora, esse único curso apontou à sua vocação.
O curso focado em carpintaria normal, no projeto final, tinha por intuito escolher a madeira que cada um entendesse para trabalhar. E Alda viu um tronco de árvore, ao canto da sala. A partir dele fez um espelho, e nele espelhou-se num monte de ideias para o futuro. Agora sabe que se pode fazer tudo a partir dos troncos, sabe olhar para um e dizer logo para o que é que ele seria bom, seja um porta velas, sejam candeeiros ou outras peças.
O que começou com um desafio, agora é a sua vida. Alda Moedas possui a carta de artesã que a faz estar em diversas feiras de artesanato e fazer o que mais gosta.
Por mais que pareça, a madeira não é toda igual e Alda revela as diferenças entre azinho, sobreiro e acácia.
Alda Moedas
A madeira de sobreiro é a que Alda mais trabalha e a mesma é proveniente da limpeza, ou poda, dos sobreiros.
O estado da madeira também é muito importante para a confeção de peças, pois só se faz peças em madeira seca num lugar sem humidade, porque senão a madeira racha mais facilmente, o que dificulta o seu trabalho. Cada peça intermédia feita pela artesã tem em média três horas de trabalho desde o início: limpar, trabalhá-la e envernizá-la.
A vida de Alda Moedas mudou da noite para o dia, e quem diria, no passado, que nove anos depois de abraçar este desafio e seguir uma vocação diferente da que esperava, a sua vida passasse a ser ligada à madeira e a um olhar para um tronco e pensar “vou fazer um candeeiro”.
Cristiana Farinha
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