Em reunião de Executivo Municipal de Sardoal, realizada na quinta-feira, a maioria PSD chumbou uma proposta do PS que visava disponibilizar uma verba anual para aquisição de medicamentos por parte dos idosos do concelho. As justificações da maioria social-democrata e os argumentos do socialista…
Perplexidade. Foi assim que Fernando Vasco descreveu a sua reação à decisão tomada na reunião do Executivo Municipal de Sardoal que teve lugar na quinta-feira, dia 8 de setembro.
O vereador do Partido Socialista referiu-se ao chumbo, por parte da maioria social-democrata da proposta socialista da criação do Regulamento Municipal de Apoio à Aquisição de Medicamentos da população Idosa. “Esta é uma preocupação já antiga que já existiu na minha campanha eleitoral. A ideia era criar uma determinada verba mensal, que sairia da Câmara, e que ajudasse (os idosos) a pagar as suas medicações. Estamos a falar de uma verba de 120 euros por ano”, explicou o vereador.
Fernando Vasco justificou a proposta visto que a mesma “tem a ver com uma necessidade que nós identificámos na população. A população de Sardoal é de cerca de 4 mil pessoas e mais de mil têm 65 anos. E é uma população muito carenciada. Esta população tem necessidades crónicas de medicamentos, com pensões muito baixas e que têm necessidades mensais de medicação. O que verificámos é que muitas delas já tinham necessidade de optar entre comprar os medicamentos ou outros bens essenciais ou pagar contas”.
A proposta socialista foi rejeitada pelo Executivo, que detém a maioria, e Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal justificou o chumbo “porque há um trabalho que tem estado a ser construído há algum tempo para que consigamos, em conjunto, contruir um regulamento de apoio aos idosos no âmbito dos medicamentos. Este trabalho está a ser feito com outras entidades, a constituírem-se possivelmente parceiras neste processo, como a Associação Dignitude”, uma IPSS constituída pela Cáritas, pela Associação Nacional de Farmácias, a APIFARMA e a Plataforma Saúde em Diálogo.
Esta IPSS, criada o ano passado, tem como objetivo ajudar portugueses carenciados na compra de medicamentos, graças à criação de um fundo destinado a comparticipar a aquisição de fármacos.
“Estamos numa fase de análise destes projetos, destes protocolos, e de percebermos o que é melhor para o Sardoal e para os sardoalenses para chegarmos a um texto final e levá-lo a reunião de Câmara. O Partido Socialista não quis esperar”, avançou o presidente da Autarquia.
E adiantou que “no seu programa eleitoral (do PS), tinham a oferta dos medicamentos aos idosos mas era uma oferta em que bastava ter 85 anos para ter direito a estes medicamentos quase na sua totalidade, independentemente do rendimento que as pessoas pudessem ter e nós achámos que aqui não há justiça social”, disse Miguel Borges.
Fernando Vasco contrapõe, dizendo que “não, não é verdade. Basta ler o regulamento e este é público. Tem um conjunto de condições e uma fórmula que só envolve o rendimento até uma determinada parcela. Ou seja, tem um conjunto de condicionantes”.
O vereador socialista deixou, no entanto, uma abertura. Afirmou que “uma das razões que o presidente Miguel Borges apontou para chumbar isto era porque tinha uma proposta melhor. Para mim, uma proposta é boa quando conseguir ajudar os nossos idosos. E qualquer que seja a proposta que o presidente Miguel Borges apresente, desde que vá ajudar os nossos idosos, nós votá-la-emos sem qualquer receio”.