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Gastronomia: Ferreira do Zêzere transforma lagostim do rio em iguaria com honras de festival

13/04/2025 às 10:13

O lagostim vermelho do rio, considerado uma "praga biológica" por biólogos e pescadores, é uma das iguarias presentes num festival gastronómico que começa em 24 de abril em Ferreira do Zêzere, no distrito de Santarém, anunciou a autarquia.

“Nós temos aqui um conjunto de produtos de muitíssima qualidade e muito diferenciados, falamos do lagostim, que em alguns países da Europa Central, e outros, é ainda mais valorizado, e falamos também do lúcio perca, da carpa e também do achigã”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara.

Bruno Gomes destacou ainda que todas aquelas espécies vivem na região, “numa albufeira [de Castelo do Bode] que tem das águas mais límpidas da Europa e isso tem também reflexo naquilo que é a qualidade dos produtos”.

Segundo o autarca, o ‘Festival Gastronómico do Lagostim e Peixe do Rio – Sabores do Zêzere’, que decorrerá entre 24 de abril e 04 de maio, é também uma “oportunidade para dar a conhecer o património natural, arqueológico, arquitetónico e cultural” do concelho.

“Ferreira do Zêzere quer continuar a afirmar-se como uma referência também nas rotas gastronómicas do nosso país e queremos potenciar o território com estes produtos que, de facto, são muito diferenciadores e de muita qualidade, aliados a saberes e sabores ancestrais e com receitas tradicionais que vão estar aqui em destaque e em relevo”, declarou.

Em comunicado, a Câmara de Ferreira do Zêzere afirma que os restaurantes, cafés e pastelarias aderentes darão a provar “variadas receitas com base nos produtos endógenos do Rio Zêzere: lagostim e peixe do rio” em versões mais tradicionais ou mais contemporâneas.

Como exemplos, a autarquia refere a sopa de peixe com lagostim, lagostim salteado, em creme, de caril, em risoto ou em empadas e rissóis, lasanha de lagostim com espinafres, tempura de lúcio com risoto de urtiga, feijoada de lagostim, bitoque de lagostim, açorda de ovas com lagostim, lagostim na broa, arroz de peixe, filete de peixe do rio à Guilho com lagostim ou o peixe frito do rio com migas e arroz de tomate ou de feijão, entre outros.

Segundo a câmara, este festival "é único no país por surgir da necessidade de solucionar preocupações ambientais" e de "descobrir novos caminhos para o turismo no concelho com a criação de um produto turístico inovador" a partir de produtos endógenos.

“Há alguns anos, de facto, o lagostim era uma praga, tínhamos grandes problemas, até nas hortas eles comiam o milho e as alfaces, porque eles têm essa capacidade de sair da água. O executivo da altura entendeu, e bem, que se tivéssemos o festival gastronómico poderíamos combater esta praga. E isso foi também um modo para que acontecesse este evento, que está muito mais maturado, e assim conseguimos controlar a praga dos lagostins”, declarou Bruno Gomes.

Para o presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere, o evento procura "incentivar a riqueza e a diversidade gastronómica através da criação de novos pratos baseados num recurso natural pouco valorizado e que continua a existir com relativa abundância no concelho".

Além da componente gastronómica, o Mercado Municipal de Ferreira do Zêzere será palco de várias atividades aos fins de semana, nomeadamente ‘showcookings’, ações de formação, ‘workshops’, uma feira de artesanato e produtos locais, uma ‘playzone’ dedicada às crianças e uma caminhada até São Pedro de Castro, pelas margens da Cabrieira.

Com esta iniciativa, o município pretende “valorizar os produtos locais, dinamizar a economia regional e atrair visitantes ao concelho”, reforçando o seu posicionamento enquanto destino turístico.

O festival é ainda uma oportunidade para a autarquia promover pontos de interesse do concelho, com a aldeia de Dornes, as igrejas de Areias e do Beco, as paisagens pintadas por Alfredo Keil e a beleza natural do vasto lago de Castelo do Bode.

Lusa

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