Os órgãos autárquicos de Mação, Câmara e Assembleia Municipal, foram instalados em cerimónias públicas realizadas no sábado, dia 16 de outubro, no Centro Cultural Elvino Pereira.
A primeira cerimónia agendada foi a tomada de posse da Câmara Municipal de Mação com Vasco Estrela a ser reeleito para o terceiro mandato por larga maioria.
No seu discurso de tomada de posse o presidente da Câmara de Mação começou por agradecer a confiança que os eleitores lhe depositaram com a maioria inequívoca e, pela segunda vez, com uma votação acima dos 60%.
Vasco Estrela fez questão de lançar os projetos que pretende desenvolver até 2025, mas também deixou alguns recados com destinatário, sem no entanto, dizer a quem se destinaram. Um deles tem a ver com uma frase que lhe disseram a meio do mandato segundo a qual “iria ser julgado pela população do concelho”. Neste sábado Vasco Estrela assumiu esse julgamento que aconteceu a 26 de setembro.
Depois olhou para os últimos 4 anos e frisou que foi um mandato atípico com situações nunca antes vividas no concelho: Os incêndios de 2017 e as suas repercursões, a queixa contra a Autoridade Nacional de Emergência e Civil, o processo contra o Estado, a depressão Elsa, os incêndios de 2019 com as consequências e respetivo relatório e por fim a Covid-19.
Vasco Estrela disse que muitas destas questões levaram a que tivesse de se expor muito mais que o normal e em situações em que “arrisquei a minha credibilidade e honra”. E seguiu a dizer que “muitos torceram para que a razão não me tivesse sido dada” para de seguida replicar dizendo que “não lamento nada a desilusão que tiveram”.
Vasco Estrela reclamou falta de solidariedade de muitos, mesmo dentro do próprio partido, e questionou “se aqui estaria hoje se o desfecho tivesse sido outro.”
Vasco Estrela deixou ainda no ar comentários sobre suspeitas muito recentes a propósito de acontecimentos que deram protagonismo à autarquia de Mação e ao presidente da Câmara. O tema foi abordado porque, afirmou Vasco Estrela, geriu em silêncio estas questões, mas que chegou o momento de por o silêncio de lado e que a partir de agora a postura será outra: “Eu sei que você sabe que eu sei…”
Já sobre os resultados das eleições vincou as alterações, poucas, que as eleições registaram e que tem a noção dos custos que algumas decisões tomadas, como sejam as faixas de gestão de combustível na floresta e a adesão à Tejo Ambiente. Neste caso, do abastecimento de água, “penso que será a solução, a única solução, que temos para resolver os graves problemas que temos no abastecimento de água ao nosso concelho”. E depois deixou a proposta de que poderá estudar qualquer outra solução alternativa que lhe seja apresentada.
O presidente da Câmara de Mação disse que arcou com este processo sozinho, mas que a entrada na Tejo Ambiente foi aprovada por unanimidade na Câmara e Assembleia Municipal de Mação e que, portanto, todos os eleitos sabiam quais iriam ser os custos que os cidadãos iriam ter.
Este será, segundo Vasco Estrela, um mandato exigente que comportará um processo de transferência de competências que os municípios serão obrigados a aceitar e que foi trabalhado de forma deficiente pelo governo. E depois também anunciou a eventualidade de poder haver transferência de competências para as juntas de freguesia. “Temos todos a ganhar se trabalharmos em conjunto”.
Já sobre propostas para o mandato avançou com as propostas essenciais da sua recandidatura como a requalificação da Escola Básica 2, 3 +S de Mação, a conceção dos núcleos museológicos de Envendos e Carvoeiro, a construção de um arquivo municipal, a concretização das nove Áreas de Gestão Integrada da Paisagem (AIGP’s) em todas as freguesias, o alargamento da Zona Industrial das Lamas, a reformulação de novos incentivos de apoio aos empresários, e na regeneração urbana as requalificações do centro histórico de Mação e dos centros de Cardigos e Envendos. Nas linhas mestras aponta ainda a reabilitação da extensão de Saúde de Cardigos e, no turismo, a requalificação da praia fluvial de Ortiga assim como a criação de zonas de bungalows e autocaravanas nas praias de Carvoeiro e Cardigos assim como a construção de uma zona de lazer em Barca da Amieira.
Há outras obras e iniciativas que querem lançar neste mandato, mas antevê-se alguma dificuldade porque o Orçamento do Estado tem para o concelho uma diminuição de cerca de 700 mil euros de transferência financeira.
Vasco Estrela disse que está preparado, tal como a sua equipa, para continuar o trabalho. “Nunca entendi que, apesar das confortáveis maiorias, sozinhos conseguiríamos resolver os problemas (…) reafirmo o enorme respeito democrático pelos eleitos do partido socialista e para incluir as suas propostas, na certeza que as eleições ditaram, para a Câmara e Assembleia Municipal, resultados inequívocos e que não permitem segundas leituras”.
Antes Nuno Barreta, candidato do PS, declarou a aceitação dos resultados de 26 de setembro com a sua eleição como vereador e uma aposta na continuidade do PSD a gerir os destinos da autarquia. Nuno Barreta deixou claro que quer representar os seus eleitores e deixou a porta aberta para todas as perguntas ou sugestões dos maçaenses.
Disse, depois, não ser político porque a sua profissão é enfermeiro e voltou a frisar que no último ano e meio tem estado na linha da frente no combate à Covid-19.
Nuno Barreta afirmou que tem confiança no futuro, no trabalho que desempenhou como vereador sem pelouro atribuído e que “é difícil ser-se oposição por estas terras, mas não conseguem demover-me do meu rumo que são as pessoas, as gentes, das nossas terras”.
Após uma pausa aconteceu a tomada de posse dos eleitos para a Assembleia Municipal de Mação
Carla Loureiro, pela bancada do PS, saudou todos os eleitos e todos os cidadãos que participaram nas listas. A representante do partido Socialista vincou as responsabilidades dos políticos pelo que entende que Mação tem de ter uma Assembleia Municipal forte em defesa das gentes de Mação. Depois afirmou que, ao longo da história, o PS sempre assumiu uma oposição séria e responsável em prol dos cidadãos do concelho e depois afirmou que vai mostrar, nos próximos 4 anos, que estará presente para assumir o desenvolvimento do concelho de Mação. “Apresentaremos ideias, programas, procurando nunca defraudar as expetativas daqueles que em nós confiam”, afirmou a líder da bancada socialista que quer mudar as horas de realização das reuniões para que os cidadãos possam participar nas mesmas.
Pela bancada do PSD foi Duarte Marques que elogiou a Assembleia Municipal de Mação pela qualidade de debate político que tem tido nos últimos anos. Depois deixou transparecer o orgulho de nunca ter perdido uma eleição autárquica quando já perdeu outra. O PSD em Mação não distingue pelo partido ou pela cor dos olhos “trata todos por igual. Pode até tratar mal, mas a todos por igual” frisou o deputado municipal do PSD. E esta é, em sua opinião, o que faz a grande diferença entre os dois partidos no concelho. E depois lançou uma “farpa” à oposição “é que sejam tão bons como o executivo do PSD (…) porque se forem melhores farão o executivo ser ainda melhor”. E no seguimento afirmou que o PS perdeu dois bons elementos da Assembleia Municipal.
Depois Duarte Marques deixou a nota de que o executivo de Vasco Estrela é o mesmo seja com que governo central for, do PSD ou do PS e vincou que Mação precisa de um PS forte e na defesa dos interesses do concelho de Mação e não “de chamadinhas daqui para Lisboa a boicotar coisas que podem vir para Mação”. E concluiu com a frase: “o nosso partido é Mação”.
Após a tomada de posse dos deputados municipais, José Manuel Saldanha Rocha promoveu a eleição para a mesa da Assembleia à qual apenas o PSD apresentou uma lista. Assim, Saldanha Rocha (presidente), Pedro Jana e Margarida Cardoso foram eleitos com 12 votos a favor e 9 em branco.
O presidente da Assembleia Municipal deixou claro que este é o poder mais mais próximo está das populações. “Nós aos sermos escolhidos democraticamente pela população percebemos que há reflexos dessas escolhas”, referiu o presidente ressalvando que este é o órgão em que haverá debate e discussão sobre o concelho.
“A minha atuação será como fiel da balança, na busca da concordância entre as duas forças políticas. O território precisa de tranquilidade”, disse Saldanha Rocha. E concluiu com uma citação de Ricardo Lengruber: “Parto do princípio que o saber é sempre coletivo. Tudo o que partilhamos e produzimos é, em certo sentido, compartilhado na sua génese. Todo o mundo que faz algo o faz a partir dos outros. E é assim que gostava que trabalhássemos nos próximos quatro anos”.
Câmara Municipal Mação
Vasco Estrela (PSD)
António Louro (PSD)
Nuno Barreta (PS)
Margarida Lopes (PSD)
Vasco Marques (PSD)
Assembleia Municipal de Mação
José Saldanha Rocha (PSD)
Carla Loureiro (PS)
Duarte Marques (PSD)
Cláudia Cordeiro (PS)
Vera Silva (PSD)
José António Almeida (PSD)
Daniel Jana (PS)
Pedro Jana (PSD)
Andreia Baço (PS)
Margarida Cardoso (PSD)
Rogério Matos (PS)
Francisco Correia (PSD)
César Dias (PSD)
Luís Pires (PS)
Catarina Martins (PSD)
Presidentes Junta de Freguesia
Luís Lopes – Amêndoa (Independente apoiado pelo PSD)
Carlos Leitão – Cardigos (PSD)
Carla Martins – Carvoeiro (PSD)
António Alves – Envendos (PS)
Rui Dias – Ortiga (PS)
José Fernando Martins – Mação, Penhascoso e Aboboreira (PS)
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