Daniela Dias tem 33 anos e é natural de Arreciadas. Na semana passada ganhou uma medalha de bronze, ou seja, conquistou um terceiro lugar
no WPC World Championships de Powerlifting que se realizou de 15 a 21 de novembro na Trofa. A atleta participou na categoria -56 quilos na terça-feira, dia 16 de novembro.
A Daniela entrou no palco e nos três movimentos do powerlifting conseguiu uma nova marca pessoal no peso morto ao levantar 152,5 quilos à terceira vaga, depois de ter levantado 140 e 150 quilos.
No spino chegou aos 57,5 (ainda tentou fazer os 60 quilos na última ida ao palco) e no agachamento fez 105 quilos (tendo feito 100 no primeiro levantamento, mas falhou os 107,5 no terceiro e último levantamento). Estas três marcas, somadas, valeram-lhe a medalha de bronze para Portugal na categoria -56 quilos.
O powerlifting consiste em fazer o máximo de peso nos três movimentos da modalidade, agachamento, supino e peso morto.
Em 2016, a Daniela sentia-se muito magra e por isso decidiu entrar para um ginásio com um objetivo claro e simples de ganhar massa muscular e peso.
Só que, nestas viagens para os exercícios, encontrou uma paixão: o powerlifting. Primeiro foi a descoberta e depois o gosto que a fez ir a treinos e mais treinos. Depois o treinador lançou-lhe a sugestão de começar a ir a umas competições mais a sério. E a partir daí o Powerlifting passou a fazer parte da vida da Daniela. Não é simples, como ela própria contou, porque é uma modalidade em que o atleta é que tem as despesas, que não são poucas. E como não pode ser atleta “a tempo inteiro” tem um desafio maior que é o de conciliar os horários de trabalho com os treinos.
São quatro, mais ou menos, por semana. Por vezes de uma hora, duas e, alguns dias, consegue estar três horas no ginásio. Sendo este um desporto de força é, muitas vezes, identificado como um desporto masculino. A Daniela tem essa noção, mas isso não a fez recuar quando teve a decisão de avançar para a competição.
À Antena Livre revelou que no início a família e os amigos mais próximos tiveram essa reação, mas hoje são eles que lhe dão força para avançar no seu sonho.
E um desses sonhos aconteceu na terça-feira da semana passada. Mais do que uma medalha de terceiro lugar, Daniela Dias teve a emoção de subir ao pódio e, mais do que isso, de receber uma medalha para Portugal, porque foi disso que se tratou. Com toda a certeza que a medalha terá na sua casa um lugar de destaque, mas no coração um cantinho muito especial.
Daniela ainda acalenta o sonho de poder participar em competições de powerlifting fora do país, mas quando se fala nisto vem a componente monetária. Todas as despesas ficam a cargo dos atletas e depois há o trabalho, porque é uma atleta dos tempos livres.
Daniela Dias
O powerlifting é uma competição de força que têm três categorias, começa com o agachamento, depois o supino e termina com o peso morto.
Os atletas podem fazer três tentativas em cada categoria para levantar a maior carga possível e o que tiver maior somatório na sua categoria de peso é o vencedor.
A primeira prova é o agachamento. O atleta põe a barra na altura dos ombros (por cima dos deltoides) ou na parte superior das costas — sem ajuda de um auxiliar central — e abaixa-se, flexionando joelhos e quadris, até que a articulação do quadril esteja paralela ou abaixo da articulação dos joelhos; deve então reerguer-se e voltar a posição inicial.
A segunda é o supino. O atleta, deitado num banco, retira a barra dum suporte — com ou sem ajuda de um auxiliar central — desce-a até que toque os músculos do peitoral; em seguida, reergue-a até a extensão dos cotovelos e retorna-a para o suporte.
A terceira é o peso morto. A barra com pesos é colocada no chão. O atleta abaixa-se, agarra a barra, e eleva-a até que as pernas e costas estejam retas e na posição vertical, e o peito levantado. O barra é então devolvida ao chão de uma forma controlada.
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