Está apresentada e submetida a empreitada para construção da nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, através da requalificação do pavilhão de exposições do Tagusvalley, em Alferrarede.
A Câmara de Abrantes assinalou ontem a abertura do concurso público internacional para a empreitada de 6,5 milhões de euros, financiada a 85% pelo Fundo da Transição Justa.
“Hoje lançamos o concurso para a construção de uma extraordinária infraestrutura que representa um investimento superior a 6,5 milhões de euros (ME) e conta com o apoio decisivo de fundos comunitários através do Fundo de Transição Justa (FTJ)”, disse o presidente da Câmara de Abrantes (Santarém), em cerimónia que decorreu em Alferrarede, no Parque de Ciência e Tecnologia – Tagusvalley, onde vai ser instalada a escola superior.
Para Manuel Jorge Valamatos, “este FTJ desempenha verdadeiramente este papel de justiça” para com o território.
“O concurso está lançado e não há volta a dar. Queremos uma escola moderna, funcional e inovadora”, indicou ainda o autarca de Abrantes que sublinhou todo um caminho burocrático que foi necessário percorrer. E destacou o empenhamento do IPT e também da CCDR Centro
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
A nova ESTA vai ficar no Tagusvalley, integrada num dos três polígonos da Zona Livre Tecnológica de Abrantes.
A ESTA e a nova creche são as peças finais para a visão estratégica de Abrantes com a aposta na educação como pilar do nosso desenvolvimento.
O autarca deixou ainda uma mensagem para os alunos da escola: “precisamos de vos fixar em Abrantes.”
O autarca anunciou ainda o lançamento, para breve, do concurso público para a residência de estudantes, num investimento, 2,6 ME. Trata-se da requalificação de um edifício devoluto, localizado junto à Escola Dr. Manuel Fernandes. Terá uma capacidade para alojar 54 jovens e um piso destinado a salas para os alunos de artes e música daquela escola.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Daqui a três anos há um conjunto de espaços no centro da cidade e no Tagusvalley, agora ocupados pela ESTA, que vão ser libertados. Questionado pela Antena Livre o autarca diz que primeiro é preciso fazer as obras e só depois vai pensar no que fazer destes espaços.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
João Coroado, presidente do Instituto Politécnico de Tomar, foi aos 26 anos de história da escola para referir algumas personalidades que foram fundamentais neste caminho. E dois dos nomes referidos foram os de Pires da Silva de Eugénio de Almeida, em 1999 presidente do IPT e primeiro diretor da ESTA, respetivamente. E depois referiu-se também a Nelson de Carvalho, presidente da Câmara de Abrantes que “trouxe para a cidade” o ensino superior.
João Coroado, presidente IPT
Depois deixou três ideias sobre este polo do IPT. “Sem o Fundo de Transição Justa andaríamos mais tempo atrás deste projeto” e acrescentou que a Zona Livre Tecnológica deve potenciar um esforço de concentrar aqui (Abrantes) mais inovação. É com o ensino superior e com projetos de inovação que existe o crescimento.
João Coroado disse ainda que o questionaram sobre se a sede do IPT seria em Abrantes. “E eu digo que a sede do IPT tende a ser virtual. O IPT está em consórcios e redes onde estamos integrados.” A Universidade Europeia está a dar os primeiros passos com 11 parceiros europeus (de outros tantos países). É um projeto está a ser liderado pelo IPT.
O presidente do IPT indicou que o politécnico quer estar no futuro com a tecnologia e nos projetos de Inteligência Artificial.
“Haverá uma mobilidade grande dos estudantes entre os parceiros.”
João Coroado, presidente IPT
O presidente do IPT disse também ter boas notícias, e anunciou a chegada do Brasil de Luís Oosterbeck com novas parcerias naquele território a nível académico e a nível empresarial.
Para a comunidade abrantina deixou a mensagem que “é importante zelar pelas instituições. Precisamos de crítica construtiva para crescer. Queremos contar com todos os cidadãos, para além das instituições.”
A cerimónia de lançamento do concurso público internacional relativo à empreitada de ‘Remodelação e Ampliação do Pavilhão E9 e do Edifício E8’ para Instalação da ESTA e da cantina/cafetaria no Tagusvalley, juntou estudantes, docentes, autarcas, empresários e populares.
O preço base da empreitada está fixado em 6,5 ME [6.571.752,12€], acrescido de IVA, e o prazo previsto para a execução da obra é de 1.020 dias, cerca de três anos.
O município garantiu a comparticipação financeira de 85%, através do Fundo de Transição Justa (FTJ), que “assume o principal objetivo de mitigar os efeitos sociais e económicos decorrentes do encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego”, em 2021.
Jorge Brandão, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, sublinhou que o “entusiasmo do presidente da câmara convenceu-nos (CCDR) com este projeto, que é um projeto diferente no FTJ.”
O fundo foi atribuído à região de Abrantes e do Médio Tejo como forma de compensação pelo encerramento da central termoelétrica do Pego e “foi-nos pedido medidas no terreno pela perda. A ideia e opção foi apontar a empresas que quisessem investir neste território. Empresas de cá ou que quisessem vir de fora.” Mas entre o objetivo e a realidade, Jorge Brandão, houve a perceção que as empresas, “se não tiverem recursos humanos não procuram a nossa região. Foi nesse quadro que apoiamos este projeto, que sendo de tecnologia possa aumentar o número de alunos e a formação em áreas tecnológicas e consigamos captar mais investimento inovador, em áreas tecnológicas, digital e energias renováveis.” Afinal de contas onde Portugal possa crescer e ser mais competitivo.
Jorge Brandão, CCDR Centro
A ESTA arrancou em 1999 com uma centena de alunos, sete professores e oito funcionários. Arrancou com duas licenciaturas, comunicação social e engenharia mecânica.
Hoje a ESTA tem cinco licenciaturas, dois mestrados e diversos cursos profissionais ou microformações. Tem 538 alunos.
26 anos depois da sua fundação vai ocupar um novo espaço, com três mil metros quadrados, homologadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em maio de 2022, dois pisos e uma capacidade para quase mil alunos. Será um investimento de 6,5 ME e um prazo de execução de 1020 dias, ou seja, a apontar a 2028 a sua conclusão.
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