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Abrantes: AHBVA assinalou 12 anos com imposição de medalhas e condecoração por «Coragem e Abnegação»

20/02/2025 às 09:27
Fotos: CMA

Já são 12 anos de vida na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes (AHBVA) que assumiu a corporação quando esta deixou de ser Municipal.

Para assinalar o evento aconteceu no dia 15 uma cerimónia evocativa do aniversário e que contou com a atribuição de medalhas. E foram muitas, uma vez que há vários anos que não eram atribuídas medalhas.

Assim foram atribuídas medalhas de Grau Cobre (5 anos de assiduidade); Grau Prata (10 anos de assiduidade); Grau Ouro 1 estrela (15 anos de assiduidade); Grau Ouro 2 estrelas (20 anos de assiduidade); Grau Ouro 3 estrelas (25 anos de Assiduidade) e Grau Ouro 4 estrelas (30 anos de assiduidade).

Nesta cerimónia foram promovidos ao posto de Bombeiro 3.ª os estagiários Adriana Madeira; Mariana Pires; Rawien Alves; Adriana Alves; Sebastião Correia; Neimar Alves; Pedro Coelho; Manuel Serrano e Hermenegildo Augusto.

E as primeiras palavras do discurso do comandante António Manuel de Jesus foi para estes operacionais que cumpriram o processo de aprendizagem e vão integrar o corpo ativo da corporação. Relembrou-os da responsabilidade que assumem para com a população que vão servir.

Houve também um conjunto de bombeiros que progrediram na carreira. Foram promovidos ao Posto de Bombeiro 2.ª os bombeiros Luís Mota; André Quinas e João Ascêncio. Já ao posto de Bombeiro 1.ª subiram os bombeiros João Marques, Nilsa Rito e Diogo Jacinto.

A estes operacionais, António Manuel de Jesus deixou os parabéns pela progressão, mas principalmente o agradecimento pela disponibilidade e vontade de Abrantes.

Na cerimónia foram atribuídas medalhas aos bombeiros que passaram ao Quadro de Honra: Chefe Honra Álvaro Beirão; subchefe José Louro; bombeiros de 1.ª António Santos e Pedro Pires e bombeiro de 2.ª Guilherme Silva.

Os corpos sociais da AHBVA também receberam medalhas de assiduidade de 5 (Domingos Vaz, Sónia Alves e João Paulo Silva) e 10 anos (Humberto Pires Lopes; Jorge Marcão; Manuel Duarte dos Santos; António Lucas Mor; Alberto Margarido; António Roseiro; João Furtado Pereira; Luís Damas; Jorge Beirão; José da Silva; e Joana Chambel).

Aos dirigentes, o comandante agradeceu a disponibilidade para manter a associação. E foi um agradecimento pelos corpos sociais criarem condições para formação e para aquisição de equipamentos para que os operacionais possam cumprir a missão “com êxito e segurança”.

Os bombeiros de Abrantes acorrem a mais de 6.500 serviços por ano das quais 450 mensais são urgências pré-hospitalares. Para além destes serviços o corpo operacional acorre a incêndios rurais e urbanos, acidentes rodoviários e outras ocorrências para além das ações de prevenção nas mais diversas iniciativas.

Todos os anos a corporação tem um registo de mais de 2.500 horas de formação certificada em diversas áreas aos seus operacionais.

João Furtado Pereira, o presidente da direção da AHBVA, destacou as muitas adversidades sentidas ao longo dos 12 anos. Desde incêndios de grandes dimensões que exigiram aos operacionais a demonstração de grande coragem. O presidente da associação agradeceu aos operacionais o trabalho, sempre com riscos, e não esqueceu as famílias que oferecem o apoio e estabilidade para estes cumprirem as suas missões.

A missão dos bombeiros é de todos, órgãos sociais e, na linha da frente, os operacionais.

Do ponto de vista estratégico há o desejo de continuar a apostar com eficiência na formação e desenvolver o regulamento interno e o contrato coletivo de trabalho. Mas também deixou a promessa de não se esquecer os investimentos nos equipamentos de proteção individual que, para o presidente, são sempre os melhores do mercado. “Estamos a renovar os veículos operacionais e vamos ter um veículo pesado de desencarceramento num investimento de 150 mil euros.” O responsável para associação deu ainda nota do apoio constante do Município.

Guilherme Isidro, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, veio agradecer o trabalho permanente dos bombeiros que contribuem para uma sociedade mais segura. E destacou a cerimónia que mostrou todos os momentos da vida de uma associação de bombeiros.

O comandante Guilherme Isidro deixou ainda uma nota à distinção de três bombeiros pela sua coragem e abnegação que “é a expressão maior do que representa um bombeiro para a sociedade.”

Frisou depois o início dos trabalhos no parlamento para a definição da carreira de bombeiro voluntário e dos funcionários das associações humanitárias de bombeiros. Trata-se de um fator de reconhecimento pela sociedade, mas também de estabilidade para a profissão o que obrigará a redefinição do financiamento do Estado às associações humanitárias sendo que “o que, na nossa opinião melhor serve as partes, é a contratualização através de contrato-programa.”

O representante da Liga dos Bombeiros indicou que a sobrevivência das associações têm acontecido muito pelos serviços prestados na área da saúde, onde já houve avanços nos valores pagos, mas ainda insuficiente para ressarcir o trabalho feito, nomeadamente, na emergência médica.

Guilherme Isidro reconheceu que muitas das associações só continuam de portas abertas pelos apoios que têm dos respetivos municípios, não pela capacidade de cada um, mas pela sensibilidade dos autarcas na ação da Proteção Civil. E aproveitou para agradecer ao presidente da Câmara de Abrantes o apoio, quer no concelho, quer na Comunidade Intermunicipal.

David Lobato, comandante da Proteção Civil do Médio Tejo, destacou a celebração da associação e saudou os operacionais: “vocês são os da linha da frente nas várias tipologias de ocorrências que são respondidas com elevada competência e bem-fazer (...) a vossa extraordinária adaptação é de louvar.”

O responsável deixou também alguns números que mostram a dimensão do trabalho. O corpo de Bombeiros de Abrantes respondeu a 6.705 ocorrências em 2024 o que representou na sub-região do Médio Tejo a corporação com mais saídas registadas.

“Vocês são a maior força de Proteção Civil que o país tem” notou David Lobato ao olhar para todos os operacionais perfilados em parada.

O socorro está a viver uma mudança de paradigma, em que “o quem é que vai resolver o problema” está a ser substituído pelo “resolver o problema.”

2025 vai trazer novos desafios e mais incertezas a nível nacional e local e é por isso que a estabilidade é, cada vez mais, fundamental para o desenvolvimento do trabalho em todas as missões. E é preciso pensar fora da caixa e planear a dez anos.

Para além de destacar o trabalho da AHBV e do Município, David Lobato não deixou de frisar as juntas de freguesia que, através do serviço municipal de Proteção Civil, disponibilizam apoio operacional e na prevenção e mitigação dos riscos num contacto mais próximo com as populações.

 

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, começou por agradecer a todos quantos fazem parte da “enorme instituição” que é a AHBVA, quer nos corpos sociais, quer no corpo operacional.

O autarca evocou os 12 anos da associação, mas toda a vida da existência dos bombeiros em Abrantes que começou em 1860 com a Sociedade de Bombeiros Voluntários de Abrantes, passando pelos Bombeiros Municipais até à fundação desta associação.

“São 165 anos de entrega, de sacrifício, de profundo sentido de missão sempre com o mesmo propósito, servir e proteger a nossa comunidade”, indicou o autarca destacando os que vestem as fardas e “colocam as suas vidas ao serviço de todos.”

Manuel Jorge Valamatos não esqueceu a pandemia de COVID-19 porque a cerimónia aconteceu no quartel que recebeu, durante quase dois anos, o centro de vacinação que ministrou mais de 200 mil vacinas. E sublinhou que, mais uma vez, os bombeiros foram incansáveis na defesa da comunidade.

O autarca garantiu que, para além do apoio financeiro anual, o Município vai continuar a olhar para as necessidades e frisou a aquisição de uma nova ambulância entregue no Natal de 2024. E depois destacou que este apoio não é apenas do Município, frisando que a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo está também a investir forte no apoio aos bombeiros, com um envelope financeiro de cinco milhões de euros.

A fechar a celebração, aconteceu outro momento solene, com a Liga dos Bombeiros Portugueses a atribuir Medalha de Gratidão pelos atos e trabalho desenvolvido pelos corpos de Bombeiros durante a pandemia de Covid-19.

 

Eles arriscaram a vida para salvar os idosos de um lar em chamas

“Na primeira avaliação que fizeram ao que estava a acontecer os três agiram por instinto. Entraram no edifício para salvar as pessoas.”

A Antena Livre contou esta história. Ou melhor, os três protagonistas contaram aquele momento que começou as 10:27.

O Nuno já não está entre nós, mas tanto o Paulo como o Rui recordam esse instinto de uma “pele” que os bombeiros vestem: “arriscar da vida pelo próximo.”

E estas medalhas, uma das quais a título póstumo, são as que marcam uma vida.

O Artigo 13.º do Regulamento de Distinções Honoríficas, número 1, e após aprovação pelo Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses por proposta do Comando dos Bombeiros de Abrantes, foram agraciados com a “Medalha de Coragem e Abnegação” o chefe Rui Claro, o subchefe Paulo Dinis e a título póstumo o bombeiro 1.ª Nuno Pereira.

Pode recordar a reportagem de janeiro de 2020, ler ou ouvir.

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