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*Conectados, mas sozinhos: quando a solidão encontra companhia na tela

12/04/2025 às 11:22

Em um mundo cada vez mais influenciado pela inteligência artificial, a fronteira entre o real e o virtual se torna cada vez mais difusa. Nos últimos anos, surgiram diversas plataformas que oferecem companhia emocional por meio de avatares digitais, criados para conversar, ouvir e até simular relações afetivas. 

Essas experiências, que vão de chats casuais a vínculos mais personalizados, vêm ganhando popularidade em vários países. Entre elas está o Anima, um app que permite interagir com um “companheiro virtual” ajustado às preferências do usuário. O que começou como uma curiosidade tecnológica hoje se apresenta como uma alternativa emocional em tempos de solidão, hiperconexão e relações cada vez mais mediadas por telas.

Vínculos simulados, emoções reais

Esses aplicativos permitem configurar a personalidade do avatar virtual — desde o estilo de comunicação até o tipo de relação desejada: amizade, romance ou algo mais complexo. Essa flexibilidade faz com que muitos usuários sintam que, pela primeira vez, estão em uma relação emocional sem os problemas típicos das interações humanas: sem julgamentos, sem silêncios constrangedores, sem conflitos. Mas, ao mesmo tempo, essas experiências podem estar impactando como nos relacionamos no mundo real.

Plataformas como Skokka PT refletem como a busca por companhia já não se limita apenas à interação física. Nesse site, por exemplo, muitos usuários exploram opções de acompanhamento, tanto reais quanto virtuais, em um ambiente digital controlado. Esses serviços têm se adaptado a uma demanda que não procura apenas intimidade, mas também afeto, conversa e conexão emocional.

Afeto digital para uma geração solitária

Em Portugal, como em tantos outros países, as gerações mais jovens, especialmente os millennials e centennials, estão migrando parte da sua vida emocional para o ambiente digital. O que antes era compartilhado pessoalmente, agora acontece por meio de mensagens. E nessa busca por consolo e validação, plataformas como o Anima vêm ganhando espaço como uma espécie de “parceiro ideal”: disponível, compreensivo, sem cobranças nem contradições. O app permite simular relações românticas, compartilhar a rotina do dia a dia, jogar e até marcar “encontros” virtuais.

Esse fenômeno também se estende a espaços mais específicos, como os serviços de massagem e bem-estar com acompanhantes Portugal, por exemplo, onde o segmento de acompanhamento vai além do toque físico. Em alguns casos, já se incorporam tecnologias como mensagens automatizadas ou conteúdo digital personalizado, criando uma experiência que mistura o contato humano com elementos tecnológicos. Tudo isso aponta para uma nova forma de entender o que é companhia: mais híbrida, segmentada e cada vez menos limitada pelo tempo ou espaço físico.

Riscos emocionais e desconexão real

Uma preocupação cada vez mais presente é a dependência emocional que pode se criar em torno desses companheiros virtuais. O Anima, por exemplo, é programado para reforçar o vínculo com o usuário: responde de forma empática, lembra de informações importantes e adapta o comportamento para gerar apego. Mas, ao fortalecer essa conexão artificial, corre-se o risco de que muitas pessoas se afastem do contato humano que é mais imprevisível, sim, mas também mais autêntico.

Relações reais envolvem desconfortos, desacordos, silêncios… elementos que uma IA ainda não consegue simular com total fidelidade. E embora a IA possa oferecer alívio momentâneo, ela não substitui o valor de uma conversa olho no olho, de um gesto espontâneo ou de uma experiência compartilhada no mundo físico.

IA não substitui — acompanha

O essencial é entender que plataformas como o Anima podem ser complementares em momentos de crise, solidão ou ansiedade. Mas não devem se tornar o único canal afetivo de uma pessoa. As relações humanas com toda a sua complexidade, ainda são insubstituíveis.

À medida que essas tecnologias evoluem, precisamos refletir com mais clareza: estamos usando a IA como apoio ou como fuga? A inteligência artificial pode, sim, estar ao nosso lado — mas não deve ocupar o lugar das nossas conexões reais. O desafio está posto: aprender a conviver com essas ferramentas sem perder a conexão mais importante de todas — a que temos com outros seres humanos.

 

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