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Chamusca: Presidente da Câmara arguido em inquérito sobre livro impresso na gráfica do presidente da Assembleia Municipal

19/04/2023 às 18:34

O presidente da Câmara da Chamusca foi constituído arguido no âmbito de um inquérito que decorre na Procuradoria da Comarca de Évora, que terá na origem a impressão de um livro na gráfica do presidente da Assembleia Municipal.

Paulo Queimado (PS) confirmou hoje à Lusa que foi constituído arguido na altura em que a Polícia Judiciária realizou buscas na Câmara Municipal, no passado mês de março, num processo que se prende com o facto de a Carta Arqueológica ter sido adjudicada a uma empresa dos filhos do presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Garrido, em cuja gráfica acabaram por ser impressos.

Questionada pela Lusa, a Procuradoria Geral da República limitou-se a confirmar "a realização de buscas no âmbito de um inquérito que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] Regional de Évora", o qual se encontra "em investigação, tem arguidos constituídos e está sujeito a segredo de justiça".

Segundo o autarca, a edição do livro foi feita por consulta, tendo a Zaina Portugal, cujos sócios disse desconhecer na altura, apresentado o preço mais baixo, pelo que foi contratada pelos serviços.

A concelhia do Partido Socialista da Chamusca emitiu um comunicado manifestando “total solidariedade” e “confiança nos autarcas visados”, confirmando que Paulo Queimado e Joaquim Garrido foram constituídos arguidos, no âmbito das buscas que, afirma, resultaram de “notícias” publicadas por um jornal da região.

Segundo a concelhia socialista, “os processos de contratação à Zaina Portugal cumpriram todos os requisitos legais de contratação para a composição gráfica e impressão das mesmas”.

O comunicado afirma que a Carta Arqueológica do concelho “esteve a cargo do Centro Português de Geo-História e Pré-História” e que, “no passado”, o município “sempre adquiriu” à Garrido Artes Gráficas e à Zaina Portugal as “publicações de elevado interesse para o acervo municipal e preservação da memória e da cultura” do concelho, classificando Joaquim Garrido como “guardador” e “promotor” de “documentos históricos da região”, através da sua publicação.

O partido afirma que “os custos da referida publicação, dadas as suas características (tipo de impressão, número de páginas e encadernação) estão coerentes com preço de mercado e as quantidades contratadas foram efetivamente fornecidas”.

Lusa

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