A marca Casal da Coelheira arrecadou mais uma medalha de ouro para o seu vinho rosé. Foi no Concurso Mundial de Bruxelas, que ano decorreu na Roménia, na cidade de Constanța.
O concurso reuniu mais de 58 provadores internacionais que avaliaram às cegas mais de 1250 vinhos rosés, um número recorde, oriundos de 34 países. Este concurso é de boa memória para a marca da Tramagal que em 2010 viu o seu rosé ser considerado o melhor do mundo.
Na edição deste ano Portugal obteve 10 Medalhas de Ouro, sendo o Casal da Coelheira Rosé 2024 a única Medalha de Ouro para a região Tejo.
Nuno Falcão Rodrigues, enólogo da marca, diz que “o nosso rosé é diferente”. Trata-se de um rosé mais gastronómico, ou seja, um vinho mais encorpado que não se bebe apenas com aperitivos. Nuno Falcão Rodrigues explica que pode acompanhar pratos ligeiros, mas que é ótimo “para beber, fresco, a um por do sol. Mas indica que, em casa, costuma acompanhá-lo com pisa, por exemplo.”
O Casal da Coelheira rosé é um blend que mantém, desde sempre, a mesma origem com as mesmas casas: 50% Touriga Nacional e 50% Syrah. Mas há um processo na produção que coloca o líquido extraído da uva em contacto com as peles, o mosto, durante mais tempo, o que permite dar uma tonalidade, mas escura ao vinho.
E este ano há a novidade que ao lado do enólogo Nuno Falcão Rodrigues surge a enóloga Margarida Falcão Rodrigues. À Antena Livre o produtor explica que há um grande trabalho de toda a equipa, mas que a mulher, Margarida, tem mais tempo para trabalhar os vinhos, pelo que os reconhecimentos têm de ser repartidos. Mas não apenas pelos enólogos, Nuno Falcão Rodrigues estende esse “louvor” a toda a equipa.
Sobre a produção deste ano o enólogo começa por desmistificar a ideia de que a vinha precisa de sofrimento para uma produção de qualidade. Diz que é do senso-comum dizer-se isso, mas o que é preciso é equilíbrio. É certo, adianta, que as plantas não precisam de “barriga cheia”, mas que não devem passar sede. Aliás, uma das preocupações são os sistemas de rega, que podem mesmo contribuir, na medida certa, para o fortalecimento da planta. Outra ideia errada, mas que o senso-comum aponta como certa, é a necessidade de muito calor. “Calor, mas sem exageros, porque há picos que acabam por prejudicar a maturação”, indica o enólogo.
Este ano a chuva intensa leva a que tenha de existir uma maior preocupação com as vinhas, pois a humidade excesso e o calor podem trazer algumas doenças e fungos, esses sim, prejudiciais à produção das plantas.
Já sobre o tema do momento a nível internacional, ou seja, a guerra comercial dos Estados Unidos, vem trazer aos mercados mais instabilidade. Para a Casal da Coelheira não tem grandes implicações, pois as exportações não são elevadas para aquele país. “Temos apenas dois clientes, não somos muito afetados. O problema é que afeta todos os mercados e todos os produtos”, salienta Nuno Falcão Rodrigues.
Nuno Falcão Rodrigues, enólogo
Seja como for, o rosé 2024 Casal da Coelheira conquistou mais uma medalha de ouro, desta vez no Concurso Mundial de Bruxelas, o mesmo que considerou o rosé de 2010 como o melhor do mundo.