A ULS do Médio Tejo precisava de 19 médicos de família para ficar com cobertura total dos utentes com especialistas de medicina geral e familiar.
O número foi apontado par Casimiro Ramos, presidente do Conselho de Administração da unidade que tutela toda a saúde do Médio Tejo.
O administrador aponta depois os números de utentes sem médico de família, da ordem dos 30%, mas sem cuidados de saúde são 7,2%. Porquê a diferença, porque nos 30% sem médico de família não estão incluídos prestadores de serviço e médicos contratados ao abrigo do Bata Branca.
Mas de acordo com o responsável a situação varia em cada um dos concelhos da região, sendo que alguns têm mais problemas que outros.
De acordo com Casimiro Ramos a telemedicina, não sendo a solução, pode constituir uma alternativa, até porque o projeto-piloto no Centro de Saúde de S. Pedro, em Tomar, foi muito positivo e a solução avançou depois para o concelho de Mação.
Há que ver a aceitação por parte da população, porque estas consultas não tem palpação, nem saúde materno-infantil. Pelos números já disponíveis, num mês o serviço viu 252 pessoas, ou seja, foram “252 pessoas que tiveram o problema resolvido”, afirmou Casimiro Ramos. O gestor indicou que os utentes são escolhidos para estas consultas, pois só faz sentido para situações que não necessitem de diagnóstico por parte dos médicos.
Casimiro Ramos, presidente CA ULS Médio Tejo
Entretanto, a ULS Médio Tejo vai ter duas viaturas como unidades de saúde móveis, para levar cuidados de enfermagem onde não existe apoio médico. Casimiro Ramos indicou que este é um projeto financiado pelo PRR e que neste momento está em curso a fase de aquisição das viaturas.
Esta é mais uma ferramenta para fazer face à dificuldade em especialistas em medicina geral e familiar, apesar de muitos municípios do Médio Tejo terem aprovados sistemas de incentivo à fixação de médicos de família.
Seja como for, apesar das soluções encontradas para minimizar a falta de cobertura nos cuidados primários de saúde, para resolver a situação no imediato a ULS do Médio Tejo necessitava de contratar 19 médicos de família.
Casimiro Ramos, presidente CA ULS Médio Tejo
Recorde-se que a ULS Médio Tejo abriu a 1 de fevereiro um Centro de Atendimento Clínico (CAC) no Entroncamento, no Hospital de S. João Baptista, para onde a Linha SNS 24 pode reencaminhar doentes menos urgentes.
Segundo Casimiro Ramos, esta é “mais uma alternativa que a ULS dá como resposta para a prestação de cuidados de saúde não urgentes (…) ou ligeiramente emergentes, como uma gripe momentânea, que normalmente levava a pessoa direta ao hospital dada a dificuldade, eventualmente, em ter consulta imediata no centro de saúde”.
A ULS Médio Tejo agrega o Centro Hospitalar do Médio Tejo (hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas) e o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo, assegurando a prestação dos cuidados de saúde nos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha (todos do distrito de Santarém) e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco).